Há razões para preconceitos e discriminações?

 

Porque aceitamos a desigualdade?

Porque aceitamos a desigualdade?

A desigualdade não é justamente o que nos torna “únicos”? E ser único não é o objetivo de todos nós?

Até quando iremos aceitar  que todas as raças, credos, origens, idades, sexos, opções, etc., não sejam respeitadas nas Sociedades atuais? Até quando permitiremos que um ser humano, independente de sua origem ou residência, independente se seu status social e econômico, independente de sua fé, independente de qualquer fator que o individualize, seja desrespeitado a ponto de ter que se submeter a viver em um pardieiro qualquer, sozinho ou acompanhado de sua família? E que passe fome, frio e privações?

Até quando permitiremos que alguns tenham acesso à educação de qualidade, alimento de qualidade, lazer de qualidade, saúde de qualidade, emprego de qualidade, etc., enquanto que a maioria sequer tenha conciência de que tudo isso deveria ser-lhe garantido, pelo simples fato de que ele, enquanto indivíduo, está, necessaria e irremediavelmente, inserido em uma sociedade, que DEVERIA protegê-lo, sustentá-lo, ampará-lo?

Porque aceitamos que TODOS os indivíduos se submetam às regras da Sociedade, se nem todos, ou sequer a maioria deles, recebe desta mesma sociedade subsídios para que tenha uma vida DECENTE?

E quando falamos em decência, nos referimos ao acesso pleno e total à tudo o que as riquezas produzidas por todos pode proporcionar! Ter uma vida decente e digna não significa ter um barraco limpo e arroz com feijão na mesa. Não senhores! Dignidade e decência significa saber como é ter seus filhos em escolas de qualidade! É saber que gosto têm sentar-se a uma mesa e ser servido com um alimento bem prepado, saudável e em quantidade suficiência para sua saciedade, e no fim da refeição, saber o sabor que tem poder pagar, sem que isso signifique passar o resto do mês comendo pão e água!

Porque alguns dos indivíduos que compõem as Sociedades têm “permissão” para possuir muitos bens, usufruir de muito conforto, ter segurança financeira, psicológica, profissional, etc., enquanto que a maioria sequer tem segurança da continuidade de sua vida no dia seguinte? E não nos referimos à morte física, que desta ninguém escapa, mas sim às garantias de que no dia seguinte, estando vivo, haverá o conforto, o emprego, o alimento, o atendimento à saúde, etc.

Porque admitimos estas diferenças? Porque admitimos termos mais que qualquer outro? Porque admitimos termos menos? O que faz com que cada indivíduo que compõe uma Sociedade aceite ter ou ser menos que qualquer outro indivíduo desta mesma Sociedade? E pior: O quê faz com que seja assim devido a diferenças que nos caracterizam? Porque tenho uma determinada raça, posso ter mais ou menos que os demais? Porque nasci em uma determinada “classe” social, aceito possuir mais e ser melhor servido, ou ter menos e ser pior servido?

Aliás, porque aceitamos o conceito de “classe social”, se todos somos indivíduos que abriram mão de sua liberdade natural em prol da Sociedade que se formou? É possível que a liberdade natural de um indivíduo, qualquer que seja a sua raça ou fator de diferenciação, valha mais ou menos que a liberdade natural de outro indivíduo qualquer? Porque se a liberdade é um bem considerado inviolável, assim como a igualdade, a vida, a segurança, etc., então supõe-se que tenham o mesmo valor para todos. Mas abrimos mão de uma parcela incomensurável de nossa liberdade, então porque a parcela de benefício que recebemos em troca e tão mensurável e tão desigual?

 



Sobre Coisa Pública

Coisa Pública é um blog dedicado a fomentar ampla discussão sobre os Contratos Sociais e os reais resultados obtidos pelos Administradores da República com sua forma de administrar. Aqui, todos são convidados a participar, pois cremos que os resultados mensuráveis hoje não são os que desejariam os signatários dos Contratos Sociais, que "deixariam a sociedade", se isso fosse possível.