No sítio Conjur, li hoje uma das notícias veiculadas a respeito da libertação do “ativista” ou “terrorista” Cesare Battisti, italiano preso no Brasil e com 4 condenações por homicídios na Itália.
Fico imaginando o que isso tudo significa…
Significa que o Brasil não tem respeito pela vida das pessoas que morreram por causa de ideologias às quais este senhor estava vinculado? Ele fazia parte de um movimento de extrema esquerda chamado Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), participando de ações que resultaram na morte de várias pessoas. Será que a decisão do STF significa que o Brasil coloca as ideologias políticas acima do valor da vida humana?
Quando Salvatore Cacciola fugiu para a Italia, o Brasil fez de tudo para tê-lo de volta. E o Salvatore cometeu crimes financeiros, que até podem ter resultado na morte de alguém, indiretamente, como todo crime financeiro que alimenta as distorções socio-econômicas. E o Brasil brigou até que a Itália o extraditou para cá. O detalhe é que o crime de Cacciola foi cometido aqui, mas ele era de origem italiana… Mas o Battisti também é de origem italiana, cometeu o crime naquele país, que tem acordo de extradição conosco. Battisti não possui vínculo de qualquer espécie com a nossa grande Nação, mas está sendo recebido como “refugiado”…
Quais serão as consequências desta decisão? Quantos criminosos políticos, financeiros, terroristas, assassinos, corruptos, etc., que cometerem crimes no Brasil encontrarão “refúgio” na Itália de agora em diante? Afinal, cometer crime no Brasil pode contar com uma ampla gama de “explicações” ideológicas, como “desigualdades sociais”, “injustiça social”, “má distribuição de rendas e oportunidades”, “podridão” de todos os tipos e em todos os níveis. Sem falar na ineficácia e desumanidade de nosso sitema prisional / penitenciário…
Então agora estamos declarando que se a ideologia por trás do crime for consistente, tudo estará justificado?
Me pergunto: Será que todos os cidadãos brasileiros, que por ação ou omissão, aprovaram os mecanismos que permitiram a formação do nosso STF, concordam com esta decisão? Esta decisão reflete a opinião de pelo menos 50% + 1 (maioria simples) dos cidadãos subscritores dos nossos Contratos Sociais?
Espero que sim… Porque tenho a forte impressão de que toda a Nação pagará o preço desta decisão, em forma de retaliações políticas, econômicas, comerciais, turísticas, etc.
Estamos dispostos a pagar esse preço? Se estamos, basta nos calarmos… Novamente…
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vc deveria conhecer melhor os assuntos sobre o qual escreve. a Italia se recusou a extraditar o banqueiro. so foi pego pq foi pra monaco.
ja passou da hora de o Brasil dar um choque de realidade na Italia.basta cancelarmos um ou dois acordos economicos.com a crise que a europa vive, vao
acordar rapidinho.acordem gente, ate os americanos tao abrindo as pernas pra gente.todos precisam de nos, so precisamos aprender a negociar melhor.
Caro Laercio,
Obrigado pela sua opinião.
Como não sou historiador nem jornalista, peço desculpas por não conhecer melhor os assuntos sobre os quais escrevo.
Mas cabem duas anotações a respeito:
Primeiro – A proposta do blog, conforme divulgado, não é apresentar posts para leitura e comentários, mas apresentar temas para discussão, deixando aberta a participaçao de todos inclusive com matérias que podem ser replicadas de sítios noticiosos ou de produção própria, inédita. Se quiser complementar o assunto, fique à vontade. Aqui não é preciso ser especialista sobre um assunto para ter opinião ou sentimentos a respeito.
Segundo – Apesar de a informação que você passou, sobre a prisão de Cacciola ter sido em Mônaco, estar bastante acessível e disponível na internet (dispensando grandes conhecimentos sobre a matéria), não me preocupei em lembrar de detalhes porque esse não foi o ponto principal que pretendi destacar no post.
O post pretendeu suscitar um debate relacionado com o tema do blog, que é a administração da coisa pública feita à revelia da vontade ou interesse da nação ou feita de acordo com essa vontade e interesse.
Aparentemente, você tem a idéia de que acolher um suposto criminoso como se fosse um ativista político é do interesse na nação brasileira, que precisa “dar um choque de realidade na Itália”.
Particularmente, apesar de não ser profundo conhecedor do tema, discordo de sua opinião. Também não me sinto à vontade para concordar que “os Estados Unidos estão abrindo as pernas para nós”, seja lá o que isso signifique especificamente.
Sinceramente, gostaria de conhecer melhor a sua opinião, com mais detalhes e argumentos. Dar um choque de ralidade na Itália porque? Sugere que devemos nos impor à Itália em algum aspecto macro econômico ou político? E acolher um “ativista” que lança mão de homicídio para dar voz às suas crenças políticas seria um bom caminho? E quando diz que devemos “aprender a negociar melhor” porque “até os americanos estão abrindo as pernas pra gente”, está se referindo a quê, exatamente? Que se acreditarmos que agora “somos a bola da vez”, no bom sentido, devemos copiar as políticas imperialistas americanas no passado recente e impormo-nos econômica e politicamente ao restante do mundo, porque “precisam de nós”?
Talvez mal comparando, não parece que seríamos aquela criança que apanhou na pré-escola e depois de treinar artes marciais e crescer, passou a agressor no ensino médio?
Será que este tipo de “liderança” é o melhor interesse da nação brasileira? Mostrar que concordamos com a forma como fomos tratados desde sempre, reproduzidno a mesma política? Ou talvez mostrar uma nova forma de liderança, ganhando credibilidade e apoio pela confiança e não “pela força”?
Alguém pode dizer que se sente “liderado” quando “precisa de alguém” e por isso precisa se submeter a imposições ou choques de realidade? Ou o sentimento despertado é de “abusado” ao invés de “liderado”? E quando nos sentimos abusados, principalmente por um momento de fragilidade onde precisamos de alguém, esse sentimento não nos dispõe contra quem nos ajuda “abusando” ou nos tratando como “superiores”? Não é apenas questão de tempo até que encontremos quem se alie a nós contra aquele que abusa do “poder” efêmero que possui? É do interesse do Brasil (do povo) liderar desta forma?
Se tiver tempo para escrever um pouco mais do que apenas uma crítica não construtiva, sinta-se convidado. Aqui neste espaço não há censura.
Grato.
Interlocutor – Coisa Pública