Bem vindo ao grupo de discussão sobre a Coisa Pública!
Neste blog, não nos restringimos a postar informações e aguardar comentários.
Leia na página “Como Participar” as orientações para se tornar um Autor de postagens em nossas discussões.
Convidamos a todos para, juntos, fomentarmos ampla discussão e análise sobre o gerenciamento e a administração da Coisa Pública.
Nosso primeiro passo é explicar o motivo pelo qual nomeamos o nosso sítio de “Coisa Pública”. É simples: Nosso Regime de Governo (Brasil) tem esse nome – Coisa Pública – em seu nome oficial, não tem?
Senão, vejamos: Coisa Pública Federativa do Brasil.
Ora, isso se explica porque a origem da palavra “República” está no Latim: “Res” (Coisa) + “Publica” (Pública), que mesmo no Estado Romano, imperialista, a frase era usada para designar o governo, a administração do “bem público” ou do “interesse público”. Portanto, para nós, todos os que vivemos sob um regime de governo que se auto-denomina República, o bem público, o interesse público, as riquezas de nosso país, são o nosso maior bem, e outorgamos a uns poucos, administradores profissionais, o cuidado e a gerência, em nosso nome e visando o nosso benefício, certo?
Falando em outorgas, é impossível não remetermos a discussão para os Contratos Sociais objeto de estudos e do trabalho do famoso filósofo Jean-Jacques Rousseau. Falando de forma simplificada, os Contratos Sociais descritos por Rousseau tratam da troca que todo indivíduo faz, abrindo mão de uma parcela de sua liberdade natural e dos seus instintos naturais, que o levam a procurar satisfazer vontades e desejos, mesmo que para isso seja preciso o emprego de força, em benefício de uma “ordem social”. Ou seja, abrimos mão da liberdade de fazer o que quisermos, quando e da forma que quisermos, e abrimos mão da “lei do mais forte”, para vivermos sob a égide de um estado de coisas onde o bem estar de todos está acima das vontades do indivíduo. Abrimos mão voluntariamente de uma parcela de nossa liberdade natural, em troca de assegurarmos paz, proteção e bem estar social.
Antes de Rousseau, outro filósofo chamado Thomas Hobbes tratou deste assunto, e publicou vários estudos políticos, entre eles o talvez mais famoso, intitulado “Leviatã”, onde também defendia a idéia de que é necessário aos indivíduos perderem uma parcela de sua liberdade natural em prol de segurança, paz, bem estar da coletividade.
A diferença é que Hobbes achava que essa “troca” entre a liberdade natural e a ordem social deveria ser imposta aos “governados” por “governantes”, comparados a líderes de natureza superior, enquanto que Rousseau defendia que o Estado é uma necessidade sim, mas que o substabelecimento da administração, por todos para alguns, deve ser livre, e os indivíduos mantém a sua prerrogativa de controlar e protestar quando a administração não é justa.
Mas nossa discussão neste sítio Coisa Pública não pretende nem de longe debruçar-se sobre obras filosóficas e retóricas de pensadores, mesmo considerando-os de extrema importância e imprescindíveis para o amadurecimento de um Estado ou de uma Nação.
Nosso foco é mais pragmático, de observação pura e simples e de reconhecimento (ou não) de resultados.
Nós, Republicanos, temos encontrado o bem estar social em benefício do qual abrimos mão de nossa liberdade natural, em detrimento de nossos desejos e vontades individuais? Aqueles a quem outorgamos a administração da Coisa Pública, crendo que com isso teríamos as benesses prometidas por uma Sociedade, estão administrando as coisas como deveriam e como esperávamos que o fizessem?
Se hoje fosse dado a você, nosso leitor, o direito de escolher entre a sua liberdade natural e os benefícios que você efetivamente tem usufruído por fazer parte de nossa República, você faria qual escolha? As riquezas desta nação, que nas propagandas dizem ser de TODOS, as empresas públicas, que dizem pertencer a TODOS, o PIB de nosso país, projetado para ficar entre os 5 maiores do planeta este ano, estão beneficiando a TODOS?
Afinal, vivemos em uma República e somos governados por Monarcas? Nossos administradores podem fazer o que quiserem, independentemente de focarem em resultados sociais, sem terem satisfações a dar? Só porque os elegemos? Demos-lhes um mandato eletivo ou um salvo conduto? Ou talvez os que foram aprovados em concursos públicos detenham estas prerrogativas de viverem e agirem como se não devessem satisfações e resultados? E nós, que deveríamos ser os beneficiários da Coisa Pública, estamos vivendo de acordo com o esperado por “termos a propriedade” de um dos 5 maiores PIBs do planeta, ou vivemos de migalhas, olhando de longe, sem poder tocar, enquanto outros se “empanturram”?
Isso para não mencionar, ainda, o fato de que todos fazemos partes de uma sociedade humana, global, e os PIBs nacionais e nacionalizados não estão ajudando nossos irmãos menos favorecidos… Ou isso não é problema nosso?
Na Ordem Social que vivenciamos atualmente, a Justiça e a Utilidade andam juntas?
Mandem opiniões, estudos, pesquisas, artigos, links… Comentem, contribuam com arquivos, documentos, fotos, vídeos. Vamos contribuir para uma radiografia de nosso Regime de Governo, republicano, e vamos analisar os resultados que temos obtido por substabelecermos os Contratos Sociais vigêntes em nosso país.
Bem vindos novamente, e gratos pelo seu tempo e opinião!
Coisa Pública