Quando se fala em ética e corrupção, a primeira imagem que nos vêm à cabeça é a do político “metendo a mão” no dinheiro público. Temos lido vários textos, cada qual tentando vincular a falta de ética e a corrupção, ou a falta de moral, com um ou outro sistema de governo. Cada um tentando “puxar a brasa para a sua sardinha”.
Mas convenhamos: Onde não existe corrupção? Em que sistema de governo os homens que detêm o poder não o usam para enriquecimento próprio e de seus familiares? Será mesmo que a falta de ética e a corrupção são sintomas de deteriorização de um sistema de governo ou de um sistema político, ou será que é sintoma de perverção e da ignomínia da alma humana?
Porque como foi questionado no texto da página onde introduzimos este tema, a corrupção é prerrogativa dos Administradores da Coisa Pública, políticos eleitos e funcionários públicos? Ou está mais para divisa característica dos modelos de Contratos Sociais adotados em todas as Sociedades, onde atribui-se valor aos indivíduos de acordo com o que possuem ou com o que podem produzir… Ou ambos.
Valorar os indivíduos de acordo com aquilo que podem “produzir” para a sociedade, ou de acordo com aquilo que são capazes de “consumir”, é a receita para trazer à superfície o que de melhor há neles? Ou seria justamente o oposto? Afinal de contas, não há quem não deseje a aprovação, senão de todos, ao menos de uma parte da sociedade, aqueles a quem identificamos como amigos, família… Queremos ser aprovados, queremos que se orgulhem de nós. Mas para isso, é preciso que tenhamos, é preciso que produzamos, é preciso que consumamos… Enfim, é preciso ter para ser.
Desta forma, como não aproveitar as oportunidades para TER mais, sempre mais, não importa como? Afinal, se o importante é ter, para poder ser, então tenhamos!
Sob a égide da sociedade do “ter”, que espécie de ética florescerá? E afinal de contas, corrupção traz em sua definição os conceitos de desvirtuação, deturpação. Então como podemos nos corromper, se o objetivo maior da sociedade é produzir indivíduos que “tenham” mais para “serem” mais, e tudo o que eu faço é justamente com o objetivo de atingir esta meta?
Corrupção é a adulteração do sentido original de algo. Se o sentido original do “ser social” na sociedade atual é possuir, então será mesmo corrupção fazer tudo ao meu alcance para, justamente, possuir?
Queremos criar indivíduos capazes de uma ética divina, quando os valores da sociedade onde ele nasce e vive possui uma ética perversa, diria mesmo, demoníaca…
|
Concordo Plenamente ,
Com certeza a corrupcão começa em casa!